É comemorado em
31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de
outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da
Igreja de Wittemberg (Alemanha).
Em muitos
países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras
religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos
(1618-1648), por exemplo, colocaram católicos e protestantes em guerra por
motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de
calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
O processo de reformas religiosas
teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos
cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do
pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o
final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com
luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos.
Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras
religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal
sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população
insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena
expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos
católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como
práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São
Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do
perdão).
No campo político, os reis
estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que
eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista
também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava
a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos,
com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do
mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de
experiências e da razão.
Martinho Lutero
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero
foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica.
Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários
pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenavam
a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião
luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos
praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve
grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à
imagens e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi convocado as
desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos
V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a
necessidade da reforma da Igreja Católica.
A Reforma Calvinista
João Calvino
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana
no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho
justo e honesto. Essa idéia calvinista atraiu muitos burgueses e banqueiros
para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma
forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da
predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique
VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei.
Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que
retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do
protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade
italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de
reação. No Concílio de Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de
terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de
heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar
a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.